domingo, 1 de março de 2009

_HILDA HILST TEVE UM PAU DE OURO


alzira senna

E eu não digo mais nada sobre ela porque, quem dá o dedo, sabe a medida de um cu. Trouxeram outro dia, numa festa-surpresa feita para os meus lá vai tantos anos, um livro da branquela da Clarice Lispector, enrolado num papelzinho florado. Mas eu não tenho tempo pra suicido nem pra ver os problemas existenciais de árvores, muito menos de galinhas, baratas, ratos ou mulheres desamadas. Que coisa! “Adoro a Clarice”, disse eu, mas sem mentir. Há adorações odiáveis como dispensar afetos ao patrão, à vizinha que te dá uma abóbora na Semana Santa, ao velho amigo do seu pai que fica sentadão na porta à tarde inteira, sempre querendo saber de onde você vem, para onde vai, qual o tamanho do seu dedo e mais e mais. Ah! Se tiver goteira, eu pingo mesmo. E disse aquilo sem nenhum rancor, mas pra ela, certamente, este rápido episódio valeria uma vasta incursão ao eu, tentando desvelar o sentido da coisa. Ora, que pinóia! Ninguém olha pra Hilda (1930-2004) não, é? Ela não precisou fazer cara de professor de literatura comparada todo enfezado, como fez a dona mistério nascida na Ucrânia, pra ter um pau de ouro que a dignificasse como escritora, poeta e dramaturga. Clarice não sabia o que era uma cona molhada, afoita, sedenta por maltratar uma pica virgem. Não digo por que escrever coisas que causariam rubor e pranto a uma donzela (e essa a minha técnica!) cause mais audiência do que sair falando os sofrimentos de uma idiota que sofre os horrores e penitências depois de esmagar uma barata. Do dedo de Hilda sai ejaculações frenéticas. E eu sempre estive pronta pra chupá-lo. Pau mole é pra moça de llz sobre o peito (liz+pector). Hilda Hilst é vadia, estupra e ponto. Enquanto a outra não soube gemer mas quis fazer cara de loba malvada.

Um comentário:

Jaqueline Costa disse...

Obrigada por me apresentar essa escritora que, até então, era desconhecida para mim. Gostei muito. Obra forte, complexa e viciante!

PS: Continuo gostando de Clarice Lispector