emmanoel cardoso
Sempre andei sozinho, tive muitos amigos que foram se dispersando aos poucos e, ao termino de cada historieta, fiquei a ver navios, acreditando piamente que a cada nova descoberta, residiam os momentos mais relevantes dos meus dias.
Passei a enxergar em muitos dos meus fieis confidentes, a malicia necessária que deveria ter, e o mau de um bem que me tornaria o canalha pedantesco que me subjaz à espécie humana. Admiti que fossem eles os moderadores dos meus passos longos e apressados, donos dos ouvidos adestrados para a concórdia, eram mesmo os apaziguadores de minhas canalhices, das minhas tolices de rapaz cortejador.
Éramos os abraços mais apertados, bebíamos os licores mais doces que a vida nos oferecia, e ao mesmo tempo, fitávamos olhares de repúdio quando o outro sorria o seu mais terno sorriso. Nunca chorei tais perdas, mas sofria sempre a hora da partida, ficava um tanto chocado quando sentia a fragilidade que tinham aquelas horas arrastadas no tempo.
Acusava friamente o outro pelo abandono, nunca admiti ser o responsável pelas perdas que se sucediam. Quando os motivos que nos eram caros iam escorregando levemente e, estando despercebido do acontecido continuava buscando aconchego, rugia a onipresença, pois, caso o meu egoísmo gritasse lá de dentro, poderia rodear-lhes as pernas como um felino á procura de carinho. Ou melhor, espernear-me-ia como criança birrenta que quer um pirulito maior que o preso à mão.
Imagino que nunca irei descobrir como quão grande era o afeto que emanava e jorrava a golfadas, num espaço tão pequeno, tão modesto, simples como um vaso vazio que apara as goteiras num dia chuvoso, numa casa mofada à beira do nada.
Vinha à tona que o caos é quem rege o mundo e que o tempo sempre seria, como antes, o senhor de todas as danças.
Recuei um instante e vi que nada me cabia, o silêncio dizia as coisas necessárias, não ouvia por achar que as amarras da amizade bastavam e respondia, mesmo sem haver perguntas, tudo aquilo que poderia causar confronto imediato.
Sei agora que não havia causas, não existe nada que nos prenda, por mais forte que sejam as cordas.
Passei a enxergar em muitos dos meus fieis confidentes, a malicia necessária que deveria ter, e o mau de um bem que me tornaria o canalha pedantesco que me subjaz à espécie humana. Admiti que fossem eles os moderadores dos meus passos longos e apressados, donos dos ouvidos adestrados para a concórdia, eram mesmo os apaziguadores de minhas canalhices, das minhas tolices de rapaz cortejador.
Éramos os abraços mais apertados, bebíamos os licores mais doces que a vida nos oferecia, e ao mesmo tempo, fitávamos olhares de repúdio quando o outro sorria o seu mais terno sorriso. Nunca chorei tais perdas, mas sofria sempre a hora da partida, ficava um tanto chocado quando sentia a fragilidade que tinham aquelas horas arrastadas no tempo.
Acusava friamente o outro pelo abandono, nunca admiti ser o responsável pelas perdas que se sucediam. Quando os motivos que nos eram caros iam escorregando levemente e, estando despercebido do acontecido continuava buscando aconchego, rugia a onipresença, pois, caso o meu egoísmo gritasse lá de dentro, poderia rodear-lhes as pernas como um felino á procura de carinho. Ou melhor, espernear-me-ia como criança birrenta que quer um pirulito maior que o preso à mão.
Imagino que nunca irei descobrir como quão grande era o afeto que emanava e jorrava a golfadas, num espaço tão pequeno, tão modesto, simples como um vaso vazio que apara as goteiras num dia chuvoso, numa casa mofada à beira do nada.
Vinha à tona que o caos é quem rege o mundo e que o tempo sempre seria, como antes, o senhor de todas as danças.
Recuei um instante e vi que nada me cabia, o silêncio dizia as coisas necessárias, não ouvia por achar que as amarras da amizade bastavam e respondia, mesmo sem haver perguntas, tudo aquilo que poderia causar confronto imediato.
Sei agora que não havia causas, não existe nada que nos prenda, por mais forte que sejam as cordas.
2 comentários:
Se a amizade como dizia Mario Quintana, "é uma especie de amor que nuca morre", se o amor é uma invençao romantica datada!, se todas nossas apreensoes de sentido vao ate o limite da sobrevivencia do nosso ego, entao de fato naum temos amarras, apenas aquelas que criamos!!!
"...poderia rodear-lhes as pernas como um felino à procura de carinho...". Gostei tanto disso, me disse tanto!Desenhou aqui uma arquitetura textual sui generis, na qual tudo se destaca e se enlaça, permitindo perceber a tensão no traçado do conjunto.
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